domingo, junho 13, 2010

Ensinar exige respeito à autonomia do ser educando


O titulo não é meu, é do mesmo livro do Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, com o qual já trabalhei na postagem anterior. Ao ler este capítulo lembrei de um texto que conheci pelo nome de “o menino e a flor”, que hoje descobri ser “o menino pintor”, escrito por Púllias e Young Earl. Nele vemos bem o quanto podemos prejudicar a criatividade e autonomia de uma criança impondo nossos próprios valores e ”pré-conhecimentos”. Respeitar a autonomia do educando (educando pois se aplica a alunos de todas as idades, mas principalmente quando ainda não tem uma identidade plenamente desenvolvida) como nos faz ver Freire, requer um capitulo a parte:



“Não faz mal repetir afirmação várias vezes feita neste texto - o inacabamento de que nos tornamos conscientes nos fez seres éticos. O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (...) . O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exige do cumprimento de seu dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência. É neste sentido que o professor
autoritário, que por isso mesmo afoga a liberdade do educando, amesquinhando o seu
direito de estar sendo curioso e inquieto. Tanto quanto o professor licencioso rompe
com a radicalidade do ser humano...

Deixemos portanto os alunos pintarem flores de todas as cores, de todas as formas, mas sem "pintar o sete", respeitando suas individualidades e suas ideias. O conhecimento, como o próprio ser humano, é inacabado, está em constante processo de crescimento e deve ser reconhecido, pelo pouco ou muito que tem a nos passar. Existe um velho ditado que nos diz que ninguém sabe tudo que não tenha nada a aprender, ninguém sabe nada que não tenha nada a ensinar. Tal axioma deveria ser uma norma a ser seguida por todos alunos e professores. A participação dos alunos em sala de aula é tão importante quanto o respeito do professor a suas manifestações. Em uma sala de aula onde todos tem a liberdade de perguntar ou dizerem o que pensam sobre o assunto só enriquece o conhecimento, tanto do aluno, como do professor que mesmo que saiba todas as respostas, passara a conhecer novas perguntas.

2 comentários:

  1. Oi Chaine! Se tais ideias fizeram sentido para ti nesse momento de teu estágio, já é muito importante, pois fala da importância de ver o aluno como um parceiro, como um sujeito que necessita ser participativo em seu processo de aprendizagem e que, por isso mesmo, precisa ser respeitado e valorizado em sua diversidade. Muito bom. Bjs,Maura - tutora do SI

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  2. Oi Chaine! adorei sua abordagem sobre este tema em poucas palavras vc fala muito bem sobre este titulo, vou ter que apresentar hoje um seminario sobre este titulo "Ensinar exige respeito a autonomia do ser do educando" e vc neste comentario me deu uma idéia muito obrigado ajudou pra caramba...bjins

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